sexta-feira, 30 de abril de 2010

"We are the Robots"



Acho provável hoje o meu entendimento sobre aquela frase: "Seja VOCÊ senhor de si mesmo".
Quantas e quantas vezes,nós, não nos referimos à grande população como sendo massificada, igualitária e por que não robotizada, como sendo um produto gerado pelo Sistema? Creio que não seja apenas eu que pense dessa forma; no meio literário inúmeros autores citam essa “unificação do ser”, o mesmo acontece no meio musical.Quem não lembra do clássico “The Robot” do Kraftwerk ou ainda, o Pink Floyd com seu “We don't need no education/ We dont need no thought control (...)”. É, não sou a única a ter esse pensamento-menos mal-.
É fato que a sociedade de forma geral quer nos moldar e pretende nos deixar o mais massificados possíveis.
Vocês, provavelmente devem estar se falando “mas eu não sou assim.EU sou contra o que ela dita, eu sou isso, eu sou aquilo, minhas atitudes são outras...”. Tanta justificação...tanta justificação para a auto-afirmação.
Sempre querendo acreditar em algo,sempre querendo fazer parte de algo.Podendo ser esse “algo” a favor ou contrário mas sempre querendo se integrar às pessoas de pensamentos iguais, de atitudes iguais... provavelmente daí que surgem os grupos, as tribos ou seja lá como querem chamar. O que na verdade nada mais é do que um aglomerado de gente com atitudes e pensamentos iguais. Isso já não seria uma massificação – talvez em menor número mas ainda massificado-?
Saindo do meio de tanta gente e pensando só, tentando me ver como ser único... quantas e quantas vezes NÓS mesmos não ditamos nossa própria ordem? Nós mesmos nos falamos assim “Não faça assim!”, “Faça dessa forma!”, “Não faça aquilo!”.
Quantas e quantas vezes não falamos isso? E mais, quantas e quantas vezes não nos sentimos mal por ter feito de outra maneira? (Que por sinal é ainda o nosso “eu” mas um “eu diferente”. O tal do ‘médico e o monstro’, sabem?).
Não estaríamos dessa forma sempre nos impondo algo? Sempre querendo ser o que julgamos certo?( considerando o fato que esse certo é algo relativo, dependente do momento). Dessa maneira sempre desejando o que almejamos e para isso talvez seja necessário nos privar, reprimir...É, pois é.
Seríamos então NÓS o que tanto desprezamos no outro? Sermos robôs, senão do Sistema mas de nós mesmos?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Radiohead e Flusser: a lírica do homem máquina - Marcia Tiburi


A melancolia da sociedade tecnológica e globalizada, a perda do interesse pela existência em função da tecnologia, a resignação dos indivíduos, a denúncia do vazio da sociedade industrial, a crítica da era digital, são questões próprias da obra de Vilém Flusser e da banda Radiohead

Com Márcia Tiburi.

Palestra do módulo "Rockfilosofia", de Marcia Tiburi e Fernando Chuí

Data: 29/04
Horário: 19h
Auditório da CPFL Piratininga
Praça dos Andradas, 31
Centro
(13) 3213-6165
Programação gratuita.
Entrada por ordem de chegada, a partir de uma hora antes do evento.
Capacidade: 140 lugares
Data:
29/04/2010
Hora:
19:00

sexta-feira, 23 de abril de 2010

No ares ou no chão...

Um cara recebeu um convite profissional importante para sua área de atuação e com isso terá que deixar o Brasil por três anos,sem muita chance de retornar durante esse período.A dúvida sobre a aceitação o atormenta há dias e a decisão terá que ser tomada amanhã, no máximo,ou ele perderá a oportunidade.
Tudo isso é expresso num e-mail,um tanto tenso,em que pede ajuda,ao mesmo tempo em que informa o que deixará por aqui:a atual namorada,que diz amar muito e os dois filhos pequenos de um casamento anterior,além de toda a família,pais, irmãos etc.Está pressionado de todos os lados,já que a tal namorada,dez anos mais nova,não aceita e a ex-mulher reclama de sua presença junto aos dois garotos,numa idade em que precisam muito do pai.
Dizer que a decisão é dele não ajuda em nada e nem foi para isso que me escreveu.Puxo uma frase da poeta Cecília Meirelles quando diz “Quem sobe nos ares não fica no chão.Quem fica no chão não sobe nos ares.É uma pena que não se possa estar ao mesmo tempo em dois lugares”.
Não se colocando o chão como o concreto chato do cotidiano,nem como a prosaica realidade e nem considerando os ares,o sonho,a expressão do nosso desejo ou o prazer da aventura,mas apenas o duelo permanente entre a segurança possível e limitada embora querida e agradável como zona de conforto e a ousadia que assusta,mas oferece as chances que nos faltam ou a possibilidade da concretização de um sonho que poderá trazer novas cores ao marrom do dia-a-dia.
Escolher é sempre difícil,ainda que a direção única pra se viver a aventura existencial sem desperdiçar energias ou deixar-se conduzir. Ou escolhemos ou somos escolhidos pela dominação,pela inércia, pela mesmice e, por tabela,pela vitimidade. E na escolha, com certeza, algo sempre fica por ser vivido;aliás, a opção não feita é sempre uma incógnita em nossa vida. Eis porque não se pode falar em escolha certa, mas apenas em escolha, já que não se sabe como teria sido o outro lado, aquele não trilhado,ainda que tenha dado certo.
Ou ele sobe nos ares ou fica no chão.Não se pode ter tudo,mesmo se lamentando por não se poder usufruir dos dois lugares e tanto olhar do alto quanto apreciar a vista de baixo.Algo sempre há de ficar pelo caminho,quem sabe até como proposta de um futuro ou para acréscimo de avaliação?
Parece-me que chega a nossa hora de subir e arriscar,principalmente,quando já se conhece a terra e dela se aproveitou o que oferecia em sua fertilidade.A escolha do cara não é fácil,como não são as escolhas fortes que todos nós temos que fazer na vida.No crucial de que somos os protagonistas do nosso destino e não meros espectadores das circunstâncias comuns.
Até porque quando optamos por subir tememos não mais descer no lugar de antes.E, geralmente,não descemos mesmo.

(Li no jornal dia desses. A crônica é de Luiz Alca de Sant'Anna)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O egoísmo no amor.


É incrível como somos egoístas.Egoístas até na forma de amar.Por que buscamos sempre alguém parecido conosco,os mesmos gostos,os mesmos achismos,os mesmos "tudos"?Por que buscamos alguém que seja a nossa alma gêmea?Será que existe?e,se existe não se torna massante a convivência com alguém que sempre concorde conosco,que pensa e age da mesma maneira que nós?Por que ficarmos limitados apenas nas nossas próprias idéias e às pessoas que concordem com elas?
Sempre acreditei em alma gêmea,mas hoje não.Hoje busco a alma diferente.Hoje vejo o quão bom é ver no outro o que gostaríamos de ver em nós mesmos.Admirar.Me sentir completa para peencher o vazio que alguém igual a mim também não preencheria,que só o diferente possui.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pessoas legais moram perto


Orkut às vezes me deprime um pouco,provavelmente por ver quão patéticas as pessoas podem ser- ou se mostram ser-.Isso pode ser demonstrado através de comunidades.Uma que sempre me incomodou é aquela:”pessoas legais moram longe”.Nunca concordei muito com isso mas não sabia o por quê.Dia desses parei pra pensar e talvez tenha a resposta para que tantas pessoas (777.136 membros,que crescem a cada dia) pensem dessa forma.
Já pararam pra pensar que estamos cada vez mais distantes do outro?Como se estivéssemos tão perto e tão distante ao mesmo tempo.Tão ausentes na presença.Não mostramos nosso verdadeiro “EU” às pessoas mais próximas, conversamos apenas sobre os acontecimentos do cotidiano,talvez por receio do
( pré)julgamento do outro que pode ser resumir nessa frase: “Pow,todo mundo vai me achar uma chata...” e então omitimos nossa essência(?).
Que a internet é um meio de conhecer pessoas todo mundo ta cansado de saber mas agora fazendo um paradoxo com a internet: como é mais fácil se mostrar,não?Quando não conhecemos o outro não há o receio do pré-julgamento,de todas as críticas que você pode receber...A maioria se mostra – como dizem, de corpo e alma. Durante esse processo vemos tantas semelhanças.É a partir daí que surge esse pensamento: “Ela(e) é tão legal mas infelizmente mora longe”. A tal da afinidade, que provavelmente não vemos no outro por não darmos essa oportunidade. Passa a ser um ciclo,passamos a nos aproximar tanto dessas pessoas e nos afastar ainda mais das que estão perto.
Venho por meio desse texto,propor uma mudança de pensamento, atitude: “Seja mais você”(sem medo dos pré-julgamentos), se mostre mais,se interesse mais pelo outro, porque dessa forma você também verá quantos medos,anseios, alegrias compartilham.Aí sim, você estará pronto pra dizer: “Pessoas legais moram perto”.