terça-feira, 18 de maio de 2010

"Fugalaça"




"era sempre igual.sempre a insatisfação,sempre a espera,sempre a preguiça,sempre o ócio,sempre o medo,sempre a mutilação,sempre a solidão e sempre as vozes.sempre os excessos.sempre me perdia em caminhos desconhecidos procurando razões,razões demais.sempre esperava que algo me salvasse de mim mesma,esperava demais.sempre me entregava à paralisia e à letargia,me entregava demais.sempre deixava de falar ou de fazer,calada pelas expectativas medrosas,medrosas demais.sempre me culpava pelos erros do mundo,me punia demais.sempre vagava em multidões,olhando sem ver,me sentindo sozinha,sozinha demais.sempre ouvia os sussurros berrantes das vozes na minha cabeça,prestava atenção demais.sempre me julgavam pelos excessiva,e eu tentava me provar demais.sempre demais.mas eu só estava sendo eu mesma,e este só não é nenhum excesso.este só não é demais."

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