terça-feira, 29 de junho de 2010

Memórias

Nietzsche dizia que a memória tinha vantagens e desvantagens na vida. É certo que quem quiser viver bem, quem almejar de algum modo ser feliz, deverá provar o equilíbrio entre lembrar e esquecer. Mas o que devemos esquecer e o que devemos lembrar? Na busca de um meio-termo, mais vantajoso será guardar o que nos traz bons afetos e descartar o que nos traz maus sentimentos. Motivos para a infelicidade não faltam a quem quiser olhar para a história humana. Mas enquanto a memória histórica nos faz bem, pois nos mostra o que se passou para chegarmos até aqui, a memória pessoal faz o mesmo, mas ela só tem sentido se conectada à memória coletiva. Para poder buscar a alegria de viver é preciso olhar para a frente e reinventar a vida a cada dia. É essa invenção do presente que nos dará, no futuro, um passado do qual tenhamos prazer em lembrar… Por isso, contar histórias, fazer arte, ou seja, deixar-se levar pelas musas, continua sendo a melhor saída. A vida criativa é a única que evita o mau esquecimento e, por outro lado, a má lembrança que é o ressentimento. (Márcia Tiburi)

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